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Uma equipe de jornalistas e fotógrafos da
revista inglesa “Highlife” conheceu hoje (18/7) o Jardim Botânico
de São Paulo onde acompanhou o trabalho do projeto “Resistindo
à urbanização: educar para conservar espécies
ameaçadas da mata atlântica”, que conta com o patrocínio
do BGCI - Botanic Gardens Conservation International, que participa do
programa Investing in Nature. Os jornalistas vieram ao Brasil com a finalidade
de divulgar as ações do Investing in Nature em nosso país.
Os visitantes conheceram o Orquidário com cerca de 20.000 espécimes,
o Lago das Ninféias, Jardim dos Sentidos, que possui uma coleção
de plantas aromáticas, e ainda passeou pela Trilha da Nascente
do Riacho do Ipiranga.
O projeto, coordenado pela pesquisadora científica Tânia
Maria Cerati, aborda basicamente a educação ambiental aplicada
à comunidade local, que além de aprender a importância
da preservação de espécies, principalmente as ameaçadas
de extinção como o pau-brasil e o cambuci, conhece e desfruta
de uma das mais belas atrações de turismo e lazer da cidade.
Em parceria com cinco escolas estaduais e municipais do entorno, o projeto
promoveu a capacitação prática e teórica de
150 professores e 5.000 alunos, que puderam posteriormente plantar nas
próprias escolas algumas das espécies apresentadas nas aulas
do projeto, inclusive da Mata Atlântica, sendo alguns da lista de
espécies ameaçadas de extinção.
Segundo Rosmari Lazarini, bióloga contratada para o projeto, a
proposta foi bem recebida nas escolas, o que fez com que o projeto tivesse
sucesso ainda maior. “O trabalho de capacitação dos
alunos e dos professores continuou na escola com a distribuição
de kits com livros sobre o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga - PEFI,
jardinagem, solo, água, espécies ameaçadas, preservação
da natureza e outros temas relacionados com o assunto, para formar os
núcleos de informação em cada escola participante”,
explicou.
Deusdete Miguel dos Santos, diretor da Escola Estadual Lívio Marcos
Guércia, disse que percebeu a importância do projeto quando
os organizadores foram procurá-lo. “Estamos trabalhando na
elaboração da Agenda 21 e, por meio do projeto, vimos uma
possibilidade de contextualizar para os nossos alunos a teoria com a prática.
Essa ação é importante tanto para a escola quanto
para a comunidade”, declarou.
O Jardim Botânico de São Paulo está inserido no Parque
Estadual das Fontes do Ipiranga, que constitui o terceiro maior fragmento
de floresta do município, possuindo 1.159 espécies de plantas,
sendo que 36 constam na lista de espécies ameaçadas de extinção.
Localiza-se em uma área com dois aqüíferos subterrâneos
e 24 nascentes, que formam o Riacho do Ipiranga.
O BGCI
O Botanic Gardens Conservation International - BGCI
é uma organização única que reúne habilidades
e conhecimentos técnicos do mundo inteiro para a proteção
de espécies vegetais. A entidade interliga mais de 800 jardins
botânicos em mais de 120 países, formando a maior rede do
mundo dedicada à conservação de plantas, à
educação ambiental e ao desenvolvimento sustentável.
O BGCI tem como missão a mobilização de jardins botânicos
e o envolvimento de parceiros na proteção da diversidade
vegetal em prol do bem-estar das pessoas e do planeta.
Para isso, trabalha com seus parceiros para que as plantas sejam reconhecidas
como o recurso natural mais importante do mundo e cria programas práticos
para a proteção de dezenas de milhares de espécies
vegetais em risco.
O órgão também desenvolve políticas, diretrizes
e ferramentas de apoio para boas práticas de conservação
de plantas, de educação ambiental e de desenvolvimento sustentável
e trabalha junto a articuladores políticos em todos os níveis
para que os jardins botânicos desempenhem plenamente seu papel na
implementação de acordos ambientais em níveis nacionais
e internacionais.
Um destes parceiros é o Banco HSBC que patrocina o Projeto Investindo
na Natureza e promove o fortalecimento de jardins botânicos em 13
países, dentre os quais a Argentina, Brasil, Canadá, China,
Índia, Indonésia, Japão, Jordânia e Estados
Unidos, desenvolvendo projetos menores na África, Rússia,
México, e no Caribe.
Os jardins botânicos são instituições relevantes
para o processo de conservação, devido à sua capacidade
de manter exemplares de espécies da flora nacional em condições
de cultivo fora de seu ambiente natural, em espaços especiais,
disponibilizando-os para pesquisa científica e o público
em geral, e ainda desenvolvendo pesquisas sobre a flora e a vegetação.
Portanto, têm um papel decisivo na conservação da
biodiversidade e na educação ambiental.
No Brasil, estas instituições desempenham múltiplas
funções, a começar por sua importância histórica
original na aclimatação das espécies. Os jardins
botânicos têm ainda um papel importante na educação
e sensibilização do público para a preservação
do ambiente vegetal.
Cientes desta atribuição o BGCI, em parceria com a Rede
Brasileira de Jardins Botânicos - RBJB e ainda o Instituto de Pesquisas
Jardim Botânico do Rio de Janeiro - JBRJ, vem, desde 2002, conduzindo
o projeto original “Os jardins botânicos e a educação
para o público nos ambientes urbanos, como parte das atividades
do Projeto Investindo na Natureza, tendo em vista que a maior parte dos
jardins botânicos brasileiros estão localizados em áreas
urbanas, constituindo, muitas vezes o único corpo vegetal de grandes
metrópoles.
Fotos
Pedro Calado
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